O compromisso da atual gestão da Prefeitura de Contagem com o incentivo ao movimento da cultura negra é uma realidade. Diversas ações têm sido desenvolvidas para garantir a valorização e a inclusão étinico-racial da população afrodescendente no município. Atividades como o mapeamento de povos tradicionais, editais de incentivo à cultura negra e feiras de empreendedorismo afro são algumas das medidas que demonstram o quão importante esse movimento é para a cidade.
Em 2023, Contagem apresentou o mapeamento dos povos e comunidades tradicionais do município. O estudo, que está em alinhamento com o Plano Municipal de Promoção da Igualdade Racial e o Programa Contagem na Década Afrodescendente, é um dos pioneiros no Brasil e único trabalho do gênero em Minas Gerais. O mapeamento - coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (SDHC), em parceria com as secretarias de Cultura (Secult) e Desenvolvimento Urbano e Habitação (SMDUH) - tem o objetivo de dar visibilidade e acesso desses povos aos direitos e às políticas públicas desenvolvidas na cidade, além de combater o racismo e as desigualdades étnico-raciais no território contagense. O estudo, ainda em andamento, já identificou 70 comunidades tradicionais no município.
É importante ressaltar que o mapeamento dessas comunidades tradicionais também atua como facilitador para as ações voltadas aos povos tradicionais desenvolvidas pela Cultura. É o caso da Lei Paulo Gustavo, uma vez que a Secult realizou uma série de capacitações voltadas a eles, na busca de apresentar a cultura dessas comunidades à sociedade civil.
O secretário de Cultura, Ramon Santos, destacou que o trabalho coletivo das secretarias permite garantir, cada vez mais, a inclusão da população negra no território de Contagem. “A atual gestão do município sinaliza a inclusão racial como uma prioridade. A Cultura, assim como outras pastas, tem desenvolvido uma série de ações para garantir cada vez mais a valorização do povo negro em nossa cidade. Prova disso é que, além das cotas raciais nos chamamentos públicos de incentivo à cultura, possuímos editais específicos só para as artes negras”, completou o secretário.
Desde 2021, todos os editais de fomento à cultura do município contam com cotas e pontuação extra para os proponentes negros. A medida é frutífera e já apresenta uma equidade entre negros e brancos nos projetos aprovados pelas leis de incentivo. No ano de 2021, 61% dos projetos aprovados foram de proponentes negros, o que representa R$ 1.085.000,00 investidos na valorização de artistas e intervenções culturais que têm matriz africana. Em 2022, os proponentes negros representaram 59,7% dos aprovados, recebendo uma quantia de quase R$1.500.000,00.
Jorge Antônio dos Santos, membro da Irmandade dos Arturos e contemplado nos editais de fomento à cultura, ressaltou que “a maior parte das manifestações culturais do Brasil são de descendência africana. Por isso, o apoio do poder público é muito importante para esse resgate e para essa valorização da cultura negra”, disse. O município de Contagem mantém um convênio firmado com a Irmandade que disponibiliza recursos para a manutenção e preservação de suas tradições.
Outra ação de destaque da Prefeitura de Contagem que busca a valorização da cultura afrodescendente é o “Novembro Negro”, iniciativa que promove diversas ações de conscientização em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. A ação acontece ao longo de todo o mês e conta com uma programação que inclui atividades como mesas de conversas, feiras, shows e contações de histórias.
A valorização da cultura de matriz africana de Contagem também foi saudada por meio do chamamento público “Prêmio Patrimônio Imaterial: Irmandades de Congado de Contagem”. O edital foi mais uma forma de reconhecer a importância dessas irmandades dentro do espectro da cultura tradicional existente e atuante no município de Contagem. Os vencedores foram as irmandades Ciriacos, Guarda de Moçambique Divino Espírito Santo de Contagem, Irmandade Os Carolinos, Reinado do Bairro Industrial e Reinado de Nossa Senhora do Rosário da Comunidade Quilombola dos Arturos. Cada grupo foi contemplado com R$10 mil e a solenidade de entrega aconteceu na inauguração do CEU das Artes Ressaca, com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes.